«diz que me amas»
Eu podia estar a culpar-te por me sentir assim, podia culpar-te por
sentir vontade de ir embora... Mas do que me adianta? Apenas o que me
irias oferecer era compaixão, ou até nem isso. Seria apenas este o
resultado que iria obter de ti com a minha forte melancolia. E para que
queria eu a tua compaixão se ela para mim não é suficiente? A tua
compaixão não ía fazer esta dor cá dentro diminuir, muito pelo
contrario, iria doer ainda mais. Sabes, a culpa foi minha. Foi minha
quando te inclui em todos os meus planos, quando vivi a nossa vida e
esqueci que apesar de tudo, eu ainda tinha a minha vida e precisava
cuidar dela para que no final, se tu fosses embora, eu ainda me teria. A
culpa foi minha, sim. Apesar, de toda a primavera acabar, eu achei que
tu fosses a primeira primavera da história que seria eterna. Que burro
que fui. A partir daqui não vejas muito empenho da minha parte, pois,
não sei como fazer-te voltar... Não vou mais admitir que ainda te amo ou
que sinto a tua falta, isso já não te interessa. Agora, vou ter apenas
de ignorar, fingir que não vi, que não li absolutamente nada. Mesmo que
doa, e pelo meu bem. Se for para chorar, que seja sozinho, sem ninguém
por perto a perguntar o que se passa... Porque eu queria que fosses tu a
perguntá-lo, e sei que isso não vai acontecer. Mas, o mais estranho é
que ainda tenho esperança ou medo que tu voltes por ti mesma. E sabes
porque? Porque, tu me amavas tanto. Ou então era eu, vivendo ilusões.
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